Mapa de Portugal

Vagas para recém-especialistas não dão resposta a falta de médicos no SNS

O Ministério da Saúde continua sem respostas para a falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). O mapa de vagas para a colocação de médicos recém-especialistas no SNS publicado a 2 de maio, não contempla a abertura do número de vagas necessárias em todas as especialidades. Além disso, continua em falta a revisão das grelhas salariais e valorização carreira médica, para que as vagas sejam atrativas.

Na Medicina Geral e Familiar, apesar de terem sido abertas todas as vagas disponíveis para a colocação de especialistas, está prevista a ocupação temporária de algumas das vagas em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) durante 3 anos, com migração posterior para o Norte do país, se os médicos efetivarem a mobilidade. Além de não se promover a motivação dos médicos nessas vagas, os utentes em LVT verão os cuidados descontinuados pelo seu médico de família no fim desse período, e os utentes no Norte terão que esperar mais três anos para terem um médico.

Na Saúde Pública (SP) não só não foram abertas as vagas em todos os serviços com falta de médicos, como nem sequer correspondem aos serviços com maior défice de acordo com a avaliação de necessidades de médicos especialistas de SP na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a que a FNAM teve acesso.

Por fim, as vagas hospitalares permitem a contratação direta na maioria das especialidades, em processos sem transparência, discricionários e ao arrepio do previsto na carreira médica.

Este processo de colocação dos médicos recém-especialistas no SNS, aliado à falta de implementação de medidas concretas que tornem as vagas atraentes e motivadoras para os jovens médicos, de forma a poderem equilibrar a sua vida profissional e pessoal, vai continuar a promover a perda de médicos para o estrangeiro e sector privado.

A FNAM relembra o Ministério da Saúde que restam 57 dias até à data definida para o término das negociações e que continua a lutar por salários e condições de trabalho dignas para os médicos.

© FNAM - Federação Nacional dos Médicos