Mito de Sísifo

FNAM avança para nova greve em agosto perante falta de propostas do Ministério da Saúde

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Naquela que seria a última reunião negocial, o Ministério da Saúde voltou a não apresentar valores para as grelhas salariais nem uma proposta de dedicação para os médicos. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) não compreende este amadorismo por parte da tutela, ainda que se mantenha disponível para negociar até ao último minuto, pela melhoria de condições de trabalho para todos os médicos.

O Ministério da Saúde, que em 14 meses não apresentou propostas concretas e escritas, enviou, no final da manhã, uma proposta para os Cuidados de Saúde Primários, permitindo iniciar a discussão de aspetos técnicos fundamentais que estavam previstos ter lugar numa fase inicial do protocolo negocial.

No entanto, apesar da FNAM ter feito a sua análise durante a tarde – e de ter apresentado as suas contrapropostas na reunião –, não foi possível avaliar o real impacto destas medidas por o Ministério da Saúde não ter apresentado, mais uma vez, uma proposta de salário base nem de um regime de dedicação para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)

Para a FNAM, é lamentável esta postura despreocupada do Ministério da Saúde, quando existem 1.7 milhões de utentes sem médico de família atribuído. A cada reunião que passa, o Ministério repete sempre o mesmo filme, sem nenhuma novidade concreta.

Um acordo com a FNAM só será possível se existir uma proposta que valorize os salários e melhore as condições de trabalho de todos os médicos, incluindo os médicos internos. Sem um acordo sobre estes princípios, a FNAM mantém a greve de 5 e 6 de julho e irá avançar com uma nova greve em agosto.

Foi agendada uma última reunião negocial, para amanhã, sexta-feira, 30 de junho, pelas 15h00, no Ministério da Saúde, em Lisboa.