Manifestação dia 17 de outubro

O Governo de António Costa tenta humilhar e ofender médicos do SNS

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No final da reunião do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, com o Bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, o Bastonário deu conta da “abertura” por parte do Governo para ceder em algumas reivindicações dos médicos. Manuel Pizarro não confirma, não desmente, nem tão pouco fez chegar à FNAM qualquer pedido de reunião ou proposta concreta, a partir da qual se possa trabalhar com a seriedade e a urgência que a atual situação exige. Assim, o Governo de António Costa parece querer humilhar e ofender os médicos do SNS e continuar a deixar para trás a população.

A FNAM ao longo de 16 longos meses de reuniões de negociação no Ministério da Saúde (MS), apresentou quase uma dezena de propostas, com inúmeras soluções para atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que garantiriam salários justos, através da reposição do poder de compra perdido na última década e compensando o aumento da inflação, bem como a melhoria das condições de trabalho.

No entanto, o Governo de António Costa, escolheu ignorar, e assim tentar humilhar e ofender os médicos deste país, em que o Sr. Primeiro-Ministro responde com uma chantagem da ética-deontológica e sublinha que “não é o Governo dos médicos”, mantendo o SNS depauperado de médicos e em colapso.

Manuel Pizarro e António Costa decidiram legislar unilateralmente um novo regime de trabalho (dedicação plena) e sobre as unidades de saúde familiar (USF), omitindo à população que as mesmas acarretam ainda mais trabalho para os médicos, prevê medidas inconstitucionais e com potencial prejuízo para os utentes, além de anunciar um aumento salarial médio, para os regimes de trabalho vigentes, de apenas 107 Euros por mês (cerca de 60 cêntimos por hora).

Em resposta a esta decisão irresponsável do Governo, os médicos do SNS uniram-se, de norte a sul do país, na luta pela dignidade da sua profissão e pela defesa do SNS. Os médicos estão a cumprir com o dever da Lei, declarando terem indisponibilidade para realizar mais trabalho suplementar para além das 150 horas extraordinárias anuais a que são obrigados. Os médicos estão a cumprir com o dever de cuidarem de si para poderem exercer a sua profissão, com a dignidade e segurança que se impõem e que os utentes merecem.

As consequências da rutura instalada nos serviços de urgência do SNS são da exclusiva responsabilidade das políticas de Manuel Pizarro e de António Costa, que recusam sistematicamente as soluções apresentadas pela FNAM, para salvar o SNS, e por preferiram esperar que o tempo resolva o que só pode ser solucionado com vontade política e investimento real do Orçamento de Estado na valorização da carreira médica.

A FNAM não compactua com jogadas de bastidores, nem tão pouco com reuniões infrutíferas no Ministério da Saúde e que acarretam um elevado prejuízo ao erário público. No entanto, a FNAM tem disponibilidade para nova reunião com o Sr. Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, desde que este demonstre finalmente seriedade, competência e a vontade inequívoca do Governo em querer negociar com os médicos, com incorporação das propostas previamente apresentadas. Além disso, a FNAM exige que sejam cumpridas as formalidades básicas em sede de negociação coletiva, como o envio de pedido de reuniões a tempo e horas com ordem de trabalhos e documentos escritos, que estiveram omissas nos 16 meses prévios de negociação.

A FNAM mantém a sua Caravana e as suas formas de luta, e continuará a apoiar todos os médicos que estão a entregar as declarações de cumprimento da Lei no que respeita o trabalho suplementar nos seus locais de trabalho.

Confirmamos as greves de 17-18 de outubro e de 14 e 15 de novembro, as manifestações de 17 de outubro e de 14 de novembro, às 15h, à porta do Ministério da Saúde, para todos médicos, e dada a gravidade do momento e de necessidade de unidade, convidando desde já o Sindicato Independente dos Médicos e a Ordem dos Médicos, a estarem presentes na defesa da carreira médica, na luta por salários justos e condições de trabalho dignas.

Por fim, a FNAM irá a Bruxelas em novembro, para reunir com eurodeputados a quem entregará um manifesto, bem como à Comissária Europeia para a Saúde, com denúncia da situação gritante em que as políticas do Governo de António Costa e Manuel Pizarro deixaram o SNS e apresentação das nossas soluções.

Contrariando o Sr. Primeiro-Ministro, a FNAM reafirma que os médicos do SNS são os médicos de todos os portugueses e daqueles que vivem em Portugal. A FNAM não deixa qualquer médico para trás e continua a lutar por um SNS universal, acessível e de qualidade.

GREVES NACIONAIS DE MÉDICOS
17 e 18 de outubro | 14 e 15 de nov
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MANIFESTAÇÕES NACIONAIS PELO SNS
17 de outubro e 14 de novembro | 15h | Ministério da Saúde

NEM MAIS UMA HORA extraordinária (
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