Há cerca de uma semana faleceu o Prof. Dr. Orlando Leitão.
Sobre as suas indiscutíveis qualidades humanas, profissionais, científicas e pedagógicas já muitos se pronunciaram, não só agora face a esta triste notícia como há alguns anos atrás quando ele se reformou do hospital público onde trabalhou durante largos anos.
Num site de uma organização sindical médica importa referir que o nosso colega e amigo Orlando Leitão foi um dos prestigiados médicos que estiveram em todo o movimento que conduziu à fundação do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e foi desde o primeiro momento seu sócio.
Ainda jovem médico, foi em casa dele, nos últimos anos da década de 1950, que foram realizadas as primeiras reuniões do movimento dos jovens médicos que acabou por se estender a todo o país e englobar toda a classe médica na exigência de alterações profundas do sistema de saúde português e da criação das carreiras médicas.
Nessa altura, o movimento dos jovens médicos foi o "detonador" decisivo que conduziu à elaboração do célebre "Relatório sobre as Carreiras Médicas".
O colega Orlando Leitão foi um incansável lutador pela implementação e constante dinamização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pela criação de uma sociedade mais justa e com maior equidade para todos.
Na sua intervenção política e cívica nunca "meteu férias" e foi sempre coerente na sua prática, como cidadão e como profissional, com as ideias que assumiu defender sem qualquer tibieza.
O poeta Bertolt Brecht disse num dos seus poemas " que os que lutam toda a vida, esses são os imprescindíveis".
E o colega e amigo Orlando Leitão é um desses, um dos imprescindíveis.