Destruição da ginecologia obstetrícia

Ministro da Saúde continua plano de destruição da saúde materno infantil no SNS

O Ministro da Saúde (MS) está a cumprir com o plano em marcha de destruição da saúde materno infantil no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Depois de encerrar a urgência e o serviço de Obstetrícia no maior hospital do país, o hospital de Santa Maria, segue-se o encerramento das urgências de Obstetrícia e Ginecologia no hospital de Braga e no hospital de Leiria, bem como a urgência pediátrica no hospital de Chaves.

Agora é a vez de uma das maiores maternidades do norte do país, num hospital universitário de enorme prestígio no SNS, estar condicionada durante os fins de semana no mês de agosto. A urgência de ginecologia e obstetrícia e o bloco de partos do hospital de Braga encerram portas em 11 dias no mês de agosto, sobrecarregando estes serviços nos hospitais de Guimarães e Famalicão, com potencial prejuízo para os médicos, pela exaustão, e para as grávidas, que ficam sem acesso à sua equipa médica local.

Este encerramento, motivado por falta de médicos, não estava previsto no plano “Nascer em Segurança no SNS” propagandeado pela Direção Executiva do SNS.  A este, somam-se os encerramentos do bloco de partos do hospital Beatriz Ângelo, do hospital Garcia de Orta e do hospital de Portimão, que também encerram e obrigam muitas grávidas a deslocarem-se quilómetros da sua área de residência e vigilância para terem assistência médica.

Também a urgência de pediatria no hospital de Chaves encerra quatro dias em agosto, dias 11, 14, 15 e 22, por falta de médicos para completar a escala, com prejuízo das crianças que têm que percorrer até 70 quilómetros para aceder a cuidados de saúde em Vila Real.

De Norte a Sul do país, o Governo está a atacar a saúde materno infantil no SNS, com uma arma de destruição maciça que é o encerramento de serviços e destruição de equipas. A falta de médicos deve-se à inoperância do MS em chegar a um acordo global na negociação com os médicos, com o plano de entregar a saúde ao sector privado, como já acontece em Lisboa, à custa do aumento da fatura dos contribuintes.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) exige que esteja um mediador independente na sala na próxima reunião negocial, comprometido com o SNS, e menos com a ignorância de um governo que se recusa a executar o Orçamento de Estado previsto para a Saúde, através da justa valorização dos salários base de todos os médicos no SNS, num acordo global, sem artimanhas ou critérios economicistas que deixam utentes, neste caso as grávidas e crianças, para trás.

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