Joana Bordalo e Sá com Hans Kluge e Manuel Pizarro

“Flashmob” no Simpósio da OMS entrega carta ao diretor regional para a Europa

O Tour da FNAM arrancou ontem, no Porto, onde a primeira etapa teve lugar no Simpósio da Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicado ao futuro dos sistemas de saúde na era digital. 

Responderam ao chamado três dezenas de médicos, que marcaram presença na Flashmob da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que visou especialmente a meia centena de Ministros da Saúde estrangeiros presentes no evento, mas também o Governo de António Costa e o Ministério de Manuel Pizarro. 

A ação pretendeu ser um grito de alerta para que o Governo português abandone a sua teimosia e que tenha a coragem de incorporar as propostas dos médicos no SNS, para que todos os cidadãos em Portugal possam ter acesso a um serviço de saúde público, universal, com qualidade e com futuro. Visamos igualmente a OMS, para que, em próximas reflexões sobre “o futuro dos sistemas de saúde na era digital”, não esqueça, como o fez desta feita, do desafio digital no que aos sistemas públicos de saúde diz respeito.

Em nome da organização, o diretor europeu da OMS, Hans Kluge, fez questão de receber a carta que preparamos com a descrição da atual situação do SNS em Portugal, tendo-se manifestado solidário com a assistência médica na Europa, assumindo que a inovação e digitalização não chegam, sendo necessário dotar os serviços de saúde de médicos. 

Na carta exigimos ainda:

  • Redução do horário de 40 horas para 35 horas;
  • Reposição das 12 horas em serviço de urgência ao invés das atuais 18h;
  • A possibilidade de dedicação exclusiva no SNS, opcional e majorada;
  • Manutenção do limite das 150 horas de trabalho suplementar por ano;
  • Manutenção dos descansos compensatórios depois do trabalho noturno, para segurança dos doentes e médicos;
  • Redimensionamento da lista de utentes dos médicos de Medicina Geral e Familiar;
  • A inclusão do internato médico no 1.º grau da carreira médica;
  • Lideranças médicas definidas com processos transparentes, democráticos e justos;
  • Melhoria das medidas de proteção da parentalidade e da formação para os médicos;
  • Possibilidade de reforma antecipada dos médicos com 36 anos de serviço ou 62 anos.

O Tour da FNAM, que vai percorrer várias unidades de saúde em Portugal, com o objetivo de reforçar a mobilização dos médicos a entregar as declarações de indisponibilidade para realizar trabalho suplementar além das 150 horas obrigatórias por ano, e mapear a situação dramática que se vive nas várias unidades de saúde. 

O TOUR terminará em Lisboa, no dia 14 de novembro, com uma Manifestação Nacional em frente ao Ministério da Saúde, juntamente com uma Greve Nacional de dois dias, marcada para 14 e 15 de novembro.

A FNAM, continuará a lutar até que tenhamos garantido o futuro da carreira dos médicos no SNS, evitando a sangria de médicos com migração para o sector privado ou o êxodo da emigração, reivindicando salários justos e condições de trabalho dignas para todos.

Algumas das notícias mais relevantes sobre o protesto podem ser lidas e no Porto Canal, na RTP, no Diário de Notícias, no Público, no Expresso e na Euronews

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