Manifestação dia 17 no Ministério da Saúde

Política do Ministério da Saúde responsável por tragédia anunciada

O dominó de tragédias anunciadas e potenciais eventos fatais que venham acontecer, tendo em conta o encerramento dos Serviços de Urgência de norte a sul do país, são da inteira responsabilidade da política de Saúde que tem vindo a ser praticada pelo Ministério de Manuel Pizarro. Nos últimos 18 meses a Federação Nacional de Médicos (FNAM) apresentou ao Ministério da Saúde (MS) as principais medidas a adotar para atrair médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que o Governo escolheu ignorar. A greve para todos os médicos nos dias 17 e 18 de outubro, na próxima terça e quarta-feira, e a manifestação do dia 17, terça-feira, às 15h, no Ministério da Saúde, em Lisboa, têm como objetivo fazer uma viragem crucial para salvar a carreira médica e o SNS.

Nos últimos 18 meses as políticas de saúde praticadas pelo Ministério de Manuel Pizarro têm sido desastrosas, com um arrastar de negociações em negociações sem chegar a um acordo com soluções reais para os médicos do SNS.

Além disso, demonstrou total incapacidade para resolver problemas de gestão institucionais, de norte a sul do país, como a manutenção de um Conselho de Administração (CA) da ULSAM (Unidade Local de Saúde do Alto Minho) que está em funções irregulares desde 2019, dando aval a diretores de serviço arrogantes que visam o assédio moral de forma sistemática, e que ficará reduzido a dois elementos com a demissão da Diretora Clínica e de Enfermagem. O mesmo se pode dizer pela manutenção do CA do Hospital de Santa Maria, que não consegue resolver o problema das demissões e rescisões na Obstetrícia, continuando a mandar grávidas e utentes relacionadas com a interrupção voluntária da gravidez para o sector privado, com prejuízo do erário público.

Perante a ausência de soluções por parte do Ministério de Manuel Pizarro, os médicos estão unidos com o dever de cumprimento dos seus direitos, com a entrega das declarações de indisponibilidade para fazer mais trabalho suplementar para além do limite legal das 150 horas anuais, culminando no encerramento de Serviços de Urgência de norte a sul do país. Toda e qualquer tragédia ou evento fatal que venha a acontecer será da inteira responsabilidade de Manuel Pizarro.

Não é legítimo pedir aos médicos ainda mais trabalho suplementar para além dos limites legais, aumentar a jornada de trabalho diária para 9 horas, incluir o trabalho ao sábado como trabalho normal ou perder o direito ao descanso compensatório depois de fazer uma noite, num novo regime de trabalho que escolheram decretar unilateralmente.

Por outro lado, é imprescindível que a atualização das tabelas salariais seja transversal para todos os médicos e sem desigualdades. Queremos maior cuidado com os internos, integrando-os na carreira e melhorando os seus salários para que consigam pagar o custo de vida nos centros urbanos.

Os médicos do SNS são os médicos de toda população, querem poder fazer o seu trabalho de forma digna e serem devidamente valorizados para a sua responsabilidade e penosidade.

A FNAM exige um Ministro que perceba de Saúde, cujas políticas abandonem a teimosia e a divisão dos médicos, e que tenham a necessária competência e vontade política de incorporar as soluções que os médicos apresentam para uma negociação séria e capaz de chegar à construção de um futuro acordo.

Faremos greve nos dias 17 e 18 de outubro e estaremos à porta do Ministério da Saúde no dia 17, para uma manifestação para todos os médicos e para a qual convidamos as associações de utentes, o Sindicato Independente dos Médicos, a Ordem dos Médicos, os Médicos em Luta, entre outras organizações, de forma a garantir que Manuel Pizarro escuta quem conhece a realidade, e avança com as medidas pelas quais os médicos e o SNS não podem continuar à espera.


NOTA DE AGENDA

Greve, Manifestação e Conselho Nacional Extraordinário

Dia 17

1º dia de Greve

Manifestação no Ministério da Saúde

  • 15h00 - Ministério da Saúde - Avenida João Crisóstomo, 9

Dia 18

2º dia de Greve

Conselho Nacional Extraordinário da FNAM

  • 10h00 – 13h00 | Conselho Nacional Extraordinário da FNAM, Rua de Tomar, 5, em Coimbra

Dia 19

15h30 | Reunião negocial no Ministério da Saúde

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