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Ministro da Saúde não consegue travar a destruição do SNS

Uma vez mais o Ministério da Saúde (MS) ainda não apresentou medidas capazes de atrair e fixar médicos, continuando assim sem conseguir travar a destruição do SNS.

A FNAM esteve hoje de boa-fé na reunião no MS, e levou uma vez mais à mesa de negociações as soluções para melhorar as condições de trabalho e a grelha salarial dos médicos de forma equitativa, medidas sem as quais o SNS não sobrevive.

No entanto, o Ministério do Manuel Pizarro continua sem apresentar as atas das reuniões prévias, ordem de trabalhos ou documentos. Apresentaram apenas tópicos dos diplomas da Dedicação Plena (DP) e das Unidades de Saúde Familiar (USF) previamente aprovados em Conselho de Ministros, sem o acordo da FNAM, onde mantém na DP o aumento do limite anual do trabalho suplementar de 250 horas, o aumento da jornada diária de trabalho de 9 horas, o fim do descanso compensatório após o trabalho noturno e a inclusão do trabalho ao Sábado para os médicos que não fazem Serviço de Urgência (SU), que agravam a possibilidade dos médicos poderem conciliar a sua vida profissional, pessoal e familiar. Nas USF fazem depender alguns suplementos remuneratórios em função do número de meios complementares de diagnóstico e prescrições farmacológicas.

A abertura negocial previamente projetada pelo MS, não evoluiu no sentido das soluções apresentadas pela FNAM de reposição do horário de 35 horas para todos médicos, aumento transversal e equitativo do salário base para todos, sem ser à custa de suplementos, de um novo regime de dedicação que não prejudique os direitos dos médicos e a segurança dos doentes, a reposição das 12 horas de urgência e a integração do internato na carreira médica.

Assim a política do Ministério de Manuel Pizarro continuará a ser responsável pelo encerramento dos Serviços de Urgência e de camas de Cuidados Intensivos, por falta de médicos, com potenciais fatalidades e consequências muito graves para os doentes.

A FNAM mantém a greve agendada para 14 e 15 de novembro, o apoio a todos os médicos que se recusam a ultrapassar o limite legal das 150 horas suplementares, assim como confirma a reunião, em Bruxelas, com os eurodeputados e com o Comissariado para a Saúde, liderado pela Comissária Stella Kyriakides.

Ficou agendada uma próxima reunião para o dia 27 de outubro, no MS, às 11h00, onde apresentaremos a nossa derradeira contraproposta no sentido de conseguir um acordo capaz de recuperar a carreira e salvar o SNS.

Este é o nosso compromisso para com todos os médicos e o SNS, que o queremos acessível, universal e de qualidade para toda a população.

© FNAM - Federação Nacional dos Médicos